quinta-feira, agosto 31, 2006
terça-feira, agosto 29, 2006
" Tempo de desamparo"
Esta foto é de " Sagração da Primavera " (1975), um espetáculo de Pina Bausch. A coreógrafa alemã, com mais de 20 peças em seu repertório traz uma de suas obras especialmente para ser visto pelo público do Brasil. O espetáculo "Para as Crianças de Ontem, Hoje e Amanhã", criada em 2002, aborda certos sentimentos humanos como fragilidade, ingenuidade, algo perdido hoje em dia. A tragédia do 11 de setembro foi um dos temas utilizado como ponto de partida. Na última década a coreógrafa vem apresentando seus temas em um tom menos sombrio, na estratégia de fazer sua arte "contrabalançar a tristeza do mundo".
O espetáculo está em cartaz em São Paulo (de 28 a 30/08) e depois vai pra Porto Alegre (07 e 08/09).
Fico aqui no Rio com pontinhas de tristeza por não poder ir. Enfim...
quarta-feira, agosto 23, 2006
Que som é esse?
domingo, agosto 20, 2006
Mover-se-ia
Hoje eu dancei, acordei mal e dancei. Pensei sobre a última noite e mais um movimento saiu do meu corpo. Abri meu guarda-roupas e olhei pra um velho figurino. Quis tentar uma pausa, mas minhas pernas ansiosas não me deixavam parar. Fui até o rádio e liguei meu som repetido, girei de braços abertos... Aguardei uma leve tontura mas o corpo divertia-se por si só! Me olhei no espelho e sorri. Desloquei a perna esquerda para trás e com ajuda de apoios já me encontrava no chão. Não quis parar. Equilibrei-me de forma inesperada e preenchi todos os espaços vazios. Improvisei até compor uma bela e estranha frase de movimentos.
Eis aqui a minha dança: Inquieta, imprevisível, única.
quarta-feira, agosto 16, 2006
Sonhos Parceiros
Ficou um resgistro da nossa tentativa
dos dias em que que deixamos somar
do muito tempo em que pouco foi descoberto
Optei em caminhar por outros lados
e hoje passeio distraída
sem endereço a resgatar
sem chances de me encontrar
A distância agora muito afim de mim
teima novamente em me acolher na distração
Vou deixá-la agir e me permitir
mais uma vez por terras adversas
estradas mal guiadas e possíveis mares a desbravar
segunda-feira, agosto 14, 2006
Aparecida
Minha mãe quer me ver na tv
Quer que eu ande de salto
Dance músicas animadinhas
E mantenha o mesmo namorado
Imagina que um dia em chegue lá
Não vê a hora de ter netos
Planeja festas
e cumprimentos a conhecidos
Diz a todos que sua filha é bailarina
Esconde as roupas que mais gosto
Não me imagina com cigarros
E sempre com perguntas se fui bem aplaudida
Minha mãe não entende minha dança
Diz que preciso ser mais óbvia
Aguarda-me até hoje no papel de Giselle
e questiona meu comportamentoJogou fora a bermuda que mais usava
Ela quer me ver na tv
Faz promessas e me implora por fé
Minha mãe não está bem
Irrita-se ao me ver descalça
Dançando de jeans, tênis, sem música
Procura respostas ao ler minhas agendas
Idealiza uma volta com meu primeiro namorado
Agora ela dorme
Se entrega somente aos seus pensamentos
Ignora a vida lá fora
Acredita que Amelie pode ser apenas minha melhor amiga
Trancada no quarto
Me obriga a comprar remédios
Espera por notícias
e insiste em me aguardarMinha mãe não está nada bem
Não larga a maldita idéia de me ver na tv
quinta-feira, agosto 10, 2006
Enjooooy
Não paro muito pra pensar nisso mas me veio a dúvida nessa manhã. Nessas últimas semanas, além de muita festa e noites viradas eu tenho dançado e muito. Ensaiando todos os dias, algumas apresentações agendadas, muito tempo passando sem eu me tocar. É, já é agosto e não vou ficar me perguntando o que eu fiz nesse ano de válido. Tudo que sei é que o movimento me alimenta e me desloca de toda realidade a minha volta. Ontem parei um pouquinho em frente a tv, as notícias do Rio não andam muito boas, mais invasão em favelas, mais mortes, mais medo. A guerra urbana continua, se alternando em endereços. Enquanto não volto a presenciá-la, ando por aí distraída numa fase mais boêmia de minha vida. Amigos, companhias, cervejas e gargalhadas me ocupam nesses dias.
Hoje me apresento, amanhã também. Eventos simples, mas que conseguem tocar o público e lavar minha alma a cada passo, olhar e sentimento. Não pretendo ficar ausente do mundo, mas uso minha dança como arma nesses dias reservados apenas para meu desejo mais egocêntrico chamado diversão.