sábado, março 31, 2007

Bobagem


Minha beleza não é efêmera
Como
que eu vejo em bancas por

Minha natureza é mais que estampa
É um belo samba
Que ainda está por vir
Bobagem
pouca
besteira

Recíproca Nula
A gente espera

Mero incidente

Corriqueiro
Ser mulhe
r
A
vida inteira
(Céu)

quarta-feira, março 28, 2007

Apenas quarta-feira

Acordei cedo hoje. Bem cedo. Mais cedo que todos os dias anteriores desde que o ano começou. Resolvi caminhar. Rudah ainda dormia. Saí silenciosamente. Passei em frente a casa de Laura, que também com certeza ainda dormia, assim como Júlia, Vinícius, Gustavo, Vanessa e todos meus amigos aqui do Rio que deviam ainda estar dormindo. Pensei em minha mãe, que também devia permanecer na cama, dormindo com certeza. Resolvi ligar mais tarde. Foi bom ver o dia começando, velhinhos andando pela calçada e pessoas aparentemente cheirosas. Antes de sair, li mais um conto de Caio, pro dia começar inspirador e agora ouço mais umas das músicas de Marcelo Camelo, é isso mesmo, não me canso. Adeus você me faz lembrar de um ano atrás e lembrando disso prefiro não lembrar mais.
Dia desses cruzei com Marcelo Camelo mais uma vez na rua, no mesmo sinal em direção a mesma galeria que saía provalmente da possível rua onde ele deve morar. Aguardo um e-mail que não chega, enquanto isso, tomo um café que dessa vez exagerei no açúcar.
Semana passada foi punk, presenciei alguns terrores urbanos. Na sexta o ônibus em que estava atropelou uma mulher. Fui obrigada a descer e dar de cara com uma pessoa morta. E logo depois de atravessar a rua, chegar ao meu trabalho onde rolaria mais uma daquelas festas de rock e sorrir para todos os fãs de Oasis, Blur, Smiths, Placebo, Stereophonics, Echo & The Bunnymen, dentre outras bandas. Tudo bem, na manhã seguinte saindo de lá, já nem me lembrava mais.
Atualizo meu yahoo agora, nada do e-mail ainda.
No domingo fui alvo de alguns moleques que achavam que eu tinha dinheiro na bolsa, eles pagaram a passagem, eu não quis pirar antes que eles anunciacem que: -Vamú botar o terror aqui!!! Sim, foi isso mesmo que ele falou quando o cobrador olhou pra mim pedindo que eu descece logo. Não desci. Resolvi não me mover. Mas a menina ao lado descontrolou-se ao achar que iam levar o lindinho V3 que ela escondia dentro de sua calça, na verdade percebi quando escondeu o aparelho dentro da calcinha. Enfim, ela acabou protagonizando a cena.
Ah, o e-mail chegou. Não quero mais falar sobre o assalto, mas olha eu to aqui bem, então não importa contar como terminou, dá muita preguiça. Prefiro acordar a Laura agora e confirmar se a macarronada tá de pé.

sexta-feira, março 23, 2007

Eram muitos cachorros

Mais uma vez que eu o vi. Passeando com cachorros. Dessa vez era um apenas. Não me lembro a raça, ah não entendo de cachorros. Era grande, peludo. Bonito o bicho. Mais uma vez ele passava pela Cinco de julho e continuava pela Pompeu Loureiro. Não, eu não estou afim dele. Mas é que eu o vejo todos os dias, passeando com cachorros. Poxa, quarta-feira tive até que atravessar a rua, eles eram muitos. Ele me vê sempre também. Deve pensar o que de mim? Olha lá aquela garota que passa pela Cinco de Julho e continua pela Pompeu Loureiro. Sem cachorros. Não, ele não me interessa, mas essa coisa de vê-lo sempre... A gente se olha. Sempre. Ah, eu olho no olho dele. Ele quase sorri. Claro, a gente não se conhece, então porque deveria sorrir? Eu tenho vontade de sorrir mas, olho por três segundos e depois mudo o foco. Ele não deve me entender. Ele não precisa me entender. Talvez nem lembre de mim e nem fale sobre. Apenas passeia com cahorros e parece gostar, bem eu acho.

quarta-feira, março 21, 2007

...E continuo Milene

Ainda estou por aqui. Consegui sair da cama antes que o sol se despedisse mais uma vez. Há duas semanas não olho pro mar, mesmo estando tão próximo dele. Caminharei pela areia assim que der. Estou em dívida comigo, com minha saúde. Adio todos os dias a iniciativa de me cuidar pra valer. Me cuidar pra valer...
Consigo pagar meu aluguel em dia, consigo pagar por algumas diversões e ainda não parei pra pensar no que é realmente temporário pra mim.
Vou levando, arrastando, indo e se der eu chego lá. Não estou muito afim de falar. Me encontre em contos, metáforas e cartas não entregues.

terça-feira, março 20, 2007

Mais uma vez Rio...




terça-feira, março 13, 2007

E voltando a falar em dança...


Aconteceu nesse último fim de semana e continua a partir dessa quinta feira, dia 15, a VIII Edição da Mostra Solos de Dança no SESC, uns dos principais eventos de dança contemporânea do calendário da cena carioca. A proposta do projeto mais uma vez está em desafiar coreógrafos e intépretes, sendo no ponto de partida para as criações ou também em sua principal característica de todas suas edições: As parcerias, que muitas vezes são inéditas. Os trabalhos foram desenvolvidos a partir do poema escrito especialmente por Alice Ruiz, Acertar o Alvo, sobre os sete pecados capitais.
Ainda em cartaz estão: Inho Sena, interpretando O prato da balança de Carlota Portella, Andrea Bergallo, em Percuso incoerente para um corpo impertinente da coreógrafa Denise Stutz, Laura Prochet apresentando Lado B de João Wlamir e Rodrigo Maia em ...Algum início... coreografia de Paulo Marques.
Deixo aqui também o link da crítica de Roberto Pereira, sobre os trabalhos já apresentados.
Eu, que também já participei do projeto, acho válido ler, assistir, aplaudir e também discutir sobre todas as formas e novas formas de dança contemporânea, ou não.

segunda-feira, março 05, 2007

Aos senhores da rua ao lado (fragmento)


Precisou apenas entregar-lhe o corpo como prova do que não saberia mais sentir. Restou-lhe apenas rastros pela pele, riscos, gotas, gozo, cores, odores, pelo, roxo, tudo o que quisera manter, menos a dor. Gargalhava alto e só repetidas vezes sem preocupar-se com tal hora da noite. Assim como gemia alto e só repetidas vezes sem preocupar-se com tal hora da noite. Oferecia-se mais por três, quatro, cinco, seis, sete e pudera resistir por mais dos trinta e cinco. Embebedava-se, cambaleava e se chanqualhava só, dançando assim à frente da velha melodia transmitida ao fundo.Entusiasmos a quem passava com seu remexer de panos que tentavam cobrir-lhe o corpo e as pernas, longas pernas. Amassados, elevados e unidos eram seus seios que preenchiam sua pequena e vermelha malha amarrada em seu fino tronco. Largas eram sim suas ancas, estas que indagavam o pudor a quem olhava e não pudera tocá-la, apenas quere-la e desejá-la em seus vastos e censurados sonhos de repetidas noites.
Pobres sim eram estes, ao passar pela rua e proibidos por suas vacas matrimoniais de admirá-la...

sexta-feira, março 02, 2007

Meu possivel Pedro

Ei pequena, por onde tem andado? Não a vejo mais passar. Saudades do balançar de sua longa saia preta. Continua a caminhar sozinha? Não a vejo mais bailar e sinto falta de suas altas e desavisadas gargalhadas. Não me escreve mais e também continuo a ler seus pequenos textos e curiosas cartas ainda fixas em meu antigo caderno. Tem se apaixonado? Não sei de seus pensamentos mas, parece que ainda caminha em seu fabuloso labirinto. Paciência. Me devolva seu sorriso, me conte suas longas e divertidas histórias. Espero por ti, aguardo por nós. Me retorne. Um beijo, Pedro.