segunda-feira, março 05, 2007

Aos senhores da rua ao lado (fragmento)


Precisou apenas entregar-lhe o corpo como prova do que não saberia mais sentir. Restou-lhe apenas rastros pela pele, riscos, gotas, gozo, cores, odores, pelo, roxo, tudo o que quisera manter, menos a dor. Gargalhava alto e só repetidas vezes sem preocupar-se com tal hora da noite. Assim como gemia alto e só repetidas vezes sem preocupar-se com tal hora da noite. Oferecia-se mais por três, quatro, cinco, seis, sete e pudera resistir por mais dos trinta e cinco. Embebedava-se, cambaleava e se chanqualhava só, dançando assim à frente da velha melodia transmitida ao fundo.Entusiasmos a quem passava com seu remexer de panos que tentavam cobrir-lhe o corpo e as pernas, longas pernas. Amassados, elevados e unidos eram seus seios que preenchiam sua pequena e vermelha malha amarrada em seu fino tronco. Largas eram sim suas ancas, estas que indagavam o pudor a quem olhava e não pudera tocá-la, apenas quere-la e desejá-la em seus vastos e censurados sonhos de repetidas noites.
Pobres sim eram estes, ao passar pela rua e proibidos por suas vacas matrimoniais de admirá-la...