E se não fosse de dança, o que eu seria hoje em dia?
Não paro muito pra pensar nisso mas me veio a dúvida nessa manhã. Nessas últimas semanas, além de muita festa e noites viradas eu tenho dançado e muito. Ensaiando todos os dias, algumas apresentações agendadas, muito tempo passando sem eu me tocar. É, já é agosto e não vou ficar me perguntando o que eu fiz nesse ano de válido. Tudo que sei é que o movimento me alimenta e me desloca de toda realidade a minha volta. Ontem parei um pouquinho em frente a tv, as notícias do Rio não andam muito boas, mais invasão em favelas, mais mortes, mais medo. A guerra urbana continua, se alternando em endereços. Enquanto não volto a presenciá-la, ando por aí distraída numa fase mais boêmia de minha vida. Amigos, companhias, cervejas e gargalhadas me ocupam nesses dias.
Hoje me apresento, amanhã também. Eventos simples, mas que conseguem tocar o público e lavar minha alma a cada passo, olhar e sentimento. Não pretendo ficar ausente do mundo, mas uso minha dança como arma nesses dias reservados apenas para meu desejo mais egocêntrico chamado diversão.