segunda-feira, setembro 21, 2009

Oração ao bem vindo

Não penso em forças divinas, sinto a grama, toco a formiga, vejo o telhado. Não curto a saudação ao sol, ponho minhas mãos ao chão e me viro de cabeça para baixo. Mentalizo um Deus aqui de perto, meu vizinho. E me torno pura a cada banho pela noite. Amanheço lenta, vejo sol e sinto a quentura que me espera lá fora. Delicio a carne pelo almoço, e faço votos de casamento aos amigos da mesa ao lado. Como ritual dou meu de sempre alongamento na sala de dança, acompanhado ou não pela turma, faço-o bem, e a cada torção louvo pelo trabalho de cada dia. Em dias mais agradáveis como o de ontem, na hora do café, tomo um suco de laranja acompanhada. Ouço histórias, e conto histórias e ali me confesso. Volto pra casa mais tarde, e assegurada estou, deito na cama, ligo a máquina, plugo o telefone, coloco-o no silencioso e logo me conecto a você, meu caro amigo, vindo da outra tela, onde vejo sinto, e posso tocar sim, porque não?