segunda-feira, outubro 26, 2009

26 de outubro

Assim que se foi corri até a janela para olhar-te pelo meu engano angulo possível esvoaçante. Não lhe vi. Esperei por cinco minutos e acredito que tenha passado pela rua de trás, saindo assim sem me deixar registros de seu adeus. Lembro ainda com sorriso no canto da boca, da madrugada em que se foi, acenando e cantarolando com as mãos em seu chapéu. Assim que chegar, talvez me leia, ou não. Faço agora, breves registros do nosso tempo, do hoje, de que está, e assim como dizemos agora pouco. Penso nos contos que li para você, lembro dos compassos em que me ensinou e conto até oito para se por acaso encontrar-lhe no cinco. Fascino-me com as possibilidades. Pois foram elas que nos fizeram e assim somos o agora. E a partir delas contaremos a mais cincos possíveis oitos a frente.

sábado, outubro 17, 2009

17 de outubro






" E ninguém mais pra pensar em você e eu... Onde ondas engolem o teu sorriso azul, eu cresço asas pra migrar pro sul. "

segunda-feira, outubro 12, 2009

sexta-feira, outubro 09, 2009


O que é exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está.   (Brecht)
 
 
 
Percebo que meu orgulho e minha vaidade são maiores do que pensava. Eles me tiram o ar e me afogam em um auto-desprezo único, que fazem ir fundo, lavar-me e voltar purificada. Me seco, me enxergo e não ignoro os tantos defeitos. Me perdôo imediatamente, pois joguei-me, e a dias atrás afirmava que adorava voar, pois então, caí mais uma vez.
Não me dedico ao tempo, pois ele passa, perco-o um tanto e morro em fragmentos,morro de forma baixa, de tal covardia humana, de não fazê-lo vida,  e de só deixá-lo ser tempo. E de ser pequena dentro dele, de não dar me luz, de não esquecer-me um pouco. Pois eu não me esqueço, nunca, e partir daí, estão atravancados todos os tempos e temporais, passados e nunca nulos, pois sou  e serei pra sempre carregada desse temporário inacabado.
Pratico um exercício de esgotar-me a tantas lágrimas, me culpo, mas ajeito um prazo, e logo oscilo acreditando mais um vez ter sido prejudicada, por tamanha inocência e desejo, por grandes ilusões e medos, por tentar enfrentar os grandes, por não saber meu caminho, por não ter tido bons modos e ao demonstrar
a frágil esperteza.Por  querer no fim, somente  a doçura.
Não provo um doce a uns bons dias. Me amargo ao me provar e sinto que reflito isso, pois se um dia foi doce, só demonstra-me  o fim que chegou.
Perdoe-me, pois eu me peço perdão, pois eu não sei mais com quem falo, alguém me ouve? Quem é você que me lê, ó perdão senhor, entrei em sua casa, sem pedir licença, olha só...demonstrando minhas cores e movimentos tão carentes e vaidosos, pois não me bastava o espelho, não. Queria ouvir-lhe, pedia para puxar-me a orelha e acreditava em cada palavra sua. Tomei conta de seus traumas, e os criei bem direitinho, alimento não os faltaram, pois hoje são eles os monstros que me fazem companhia enquanto a sua, foi-se a tempo. Adormecida, pois não percebi que já estava tão longe, agora me pergunto: Como lhe enxergava tão de perto, como conseguia lhe ver tão bonito...que disfarces usaria para me prender? Imaginei-lhe, imaginei, imaginei, imaginei, imaginei e foi possível, pois aqui dentro tu era lindo meu caro, espaço não teve para teus defeitos, e te fiz único, e me deitei pura.
Que pena, acabo de sair desse dentro, acabo de acordar desse sono, acabo de enxergar-lhe como me mostras e como me fala,te percebo de perto, tão de perto que de tanto ocupar os espaços possíveis de minha visão, me toma, me amedronta e me cala, e me cansa. Quero ir pra longe e deixa-lo em paz, ó senhor e seus discípulos monstros. Vou com minha pequena varinha mágica, afim de fazer um plim e desligar-me desse pavoroso pesadelo que me tomou,e nos tomastes um tanto. No 3: 1, 2, 3.